Sentir palpitações no coração é um dos sintomas mais comuns no consultório de um cardiologista.
Principalmente agora no contexto da pandemia tenho visto muitas pessoas se queixando de palpitações.
Mas o que são essas palpitações e quais as suas causas?
Fique comigo até o final desse artigo que vou te mostrar o que podem ser essas palpitações e as possíveis causas.
Meu nome é Diogo Kalil, sou médico cardiologista, e quero te ajudar a cuidar melhor da saúde do seu coração.
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O que são as palpitações no coração?
Normalmente, nós não conseguimos sentir os nossos batimentos.
Então, as palpitações nada mais são do que uma sensação de alteração no batimento do coração.
E cada pessoa pode sentir a palpitação de diferentes maneiras.
Algumas pessoas sentem como se o ritmo do coração se alterasse de repente.
Outras pessoas se queixam de aceleração dos batimentos do coração.
Outras podem sentir o coração mais lento ou com a batida irregular.
Essa sensação, como eu disse, varia de acordo com o problema que a pessoa apresenta e conforme a sensibilidade de cada um.
Alguns pacientes são mais sensíveis e percebem qualquer pequena alteração no batimento.
Outros, mesmo quando estão com arritmias mais frequentes, podem não sentir absolutamente nada.
E a duração pode variar bastante, de poucos segundos a horas nos casos mais graves.
Mas, de qualquer forma, é sempre indicado investigar as palpitações quando elas ocorrem, pois elas podem significar algum problema no coração da pessoa.
Quais são as causas de palpitações?
As causas de palpitações que mais preocupam são as arritmias cardíacas.
Uma arritmia é uma alteração no ritmo normal do coração.
A boa notícia é que a grande maioria das arritmias são leves e benignas, ou seja, não tem potencial de causar nada mais grave, como desmaio ou parada cardíaca.
Porém, em um número pequeno de casos, as arritmias podem causar dano, tanto no coração, como em outros órgãos como o cérebro.
Por isso, deve-se sempre procurar o seu médico e investigar melhor o seu quadro, caso você sinta palpitações no peito.
Principalmente se o quadro se inciar e terminar de forma súbita e for acompanhado de dor no peito, tontura ou falta de ar.
Quando há esses sintomas, é indicado ir a uma emergência médica para ser avaliado o mais rápido possível.
As arritmias mais frequentes são as extrassístoles. Elas podem ser atriais, quando tem origem nos átrios (que são as câmaras superiores do coração) ou ventriculares, quando se originam nos ventrículos (que são as câmaras inferiores).
Essas extrassístoles geralmente são isoladas, mas podem vir em pares ou em sequências de 3 ou mais batimentos, caracterizando uma taquicardia.
Já as taquicardias supraventriculares têm 2 tipos principais: a síndrome de Wolf Parkinson White, que em alguns casos raros pode aumentar o risco de parada cardíaca e a taquicardia por reentrada nodal.
O tratamento de escolha é a ablação por rádio frequência. Um procedimento, feito por meio de cateterismo, que geralmente cura a arritmia.
Com relação às taquicardias ventriculares, já pode haver um risco maior de parada cardíaca e morte súbita.
Muitas vezes elas estão associadas a doenças estruturais do coração, como cardiopatia isquêmica (que é a doença causada pelo entupimento das artérias coronárias), um infarto antigo com área de cicatriz, as miocardiopatias ou a doença de Chagas. Mas podem ser causadas também por doenças dos canais elétricos das células cardíacas.
O tratamento pode envolver o uso de medicações, a realização de procedimentos para tratar a causa de base ou até mesmo, o uso de um cardiodesfibrilador elétrico, um dispositivo implantável que fica embaixo da pele e trata as arritmias com um pequeno choque antes que elas gerem algum problema mais grave.
Outra arritmia muito frequente em nosso meio é a fibrilação atrial.
Nesse tipo de arritmia, os átrios, que são as câmaras superiores do coração e que recebem o sangue das veias, não conseguem se contrair.
Eles ficam apenas fibrilando, ou seja, tremendo, sem se contrair de maneira efetiva.
E como consequência disso há um ritmo cardíaco totalmente irregular.
E essa fibrilação atrial aumenta o risco de formação de coágulos nos átrios, já que como eles não se contraem, o sangue fica mais tempo parado em seu interior.
Desse modo, há a chance de algum desses coágulos se desprender e migrar para o cérebro, podendo causar um AVC, o famoso acidente vascular cerebral ou derrame cerebral.
Por isso, o tratamento pode envolver o uso de medicações anticoagulantes, dependendo do risco do paciente.
E há muitos outros tipos de arritmias.
Algumas podem fazer o coração se acelerar, que são as taquicardias.
As taquicardias quando acompanhadas dos sintomas de instabilidade como falta de ar, dor no peito ou tontura podem exigir um tratamento de urgência, inclusive podendo haver a necessidade de uma cardioversão elétrica, que nada mais é do que um choque que ajuda o coração a voltar para o ritmo normal.
Já em outras, o coração pode bater mais devagar. E neste caso temos as bradicardias.
Quando as bradicardias são graves, com tontura e desmaios, pode haver a necessidade de implante de marcapasso.
Só o cardiologista poderá avaliar no consultório qual o tipo de arritmia você tem, através do exame físico e através de exames complementares como o eletrocardiograma e o Holter de 24 horas.
E existem outras causas de palpitações além das arritmias?
Sim, várias outras doenças podem causar palpitações no peito.
Principalmente aquelas doenças que causam aceleração do coração, porém sem causar arritmias. Essa aceleração do ritmo normal do coração é chamada de taquicardia sinusal.
Por exemplo, a anemia pode causar um aumento no batimento cardíaco, ou seja, uma taquicardia sinusal.
Por isso, a pessoa com anemia pode se queixar de palpitações e, na maioria dos casos, ela não terá nenhum problema cardíaco.
As infecções também podem causar essa taquicardia, pois na infecção nosso metabolismo acelera como forma de tentar combater os microrganismos que estão causando a doença no nosso corpo.
Da mesma forma, problemas de tireóide também alteram o metabolismo, podendo alterar os batimentos cardíacos, levando às palpitações.
E a gestação também pode ocasionar palpitações também.
E uma causa muito comum, que está sendo bem frequente agora na pandemia, é a ansiedade.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada pode causar palpitações no peito.
Isso porque a ansiedade pode aumentar a adrenalina na corrente sanguínea, principalmente quando está mais intensa e descontrolada, levando a aceleração do batimento cardíaco.
Outro fator que contribui, é que os pacientes ansiosos podem somatizar sintomas na mente, transformando a angústia em sintomas físicos, como palpitações, falta de ar e dor no peito.
E vc, anda sentindo algo no coração e gostaria de uma orientação?
Deixe nos comentários que terei prazer em te ajudar.
Um abraço e até o próximo artigo!