O maior estudo realizado no Brasil com a avaliação de fatores de risco de doenças cardiovasculares não trouxe notícias boas sobre a saúde dos adolescentes do país. Isso porque quase metade deles têm níveis baixos do chamado colesterol bom, o HDL, em um índice pior que o dos Estados Unidos –, e um em cada cinco jovens tem colesterol total alto.
Intitulada de Erica (Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes), a pesquisa levantou dados com jovens de 12 a 17 anos de todas as capitais do país, em um total de 75 mil adolescentes avaliados em questões como: hipertensão, tabagismo, nível de atividade física e síndrome metabólica, entre outras. No caso do colesterol, porém, 38 mil adolescentes fizeram os exames de sangue que originaram a pesquisa.
Segundo José Rocha Faria Neto, cardiologista e pesquisador da PUC-PR, responsável pela análise dos dados coletados, publicados na edição de fevereiro da Revista Saúde Pública, os resultados demonstram claramente um quadro de obesidade e sedentarismo entre os adolescentes.
Para Raul Dias dos Santos Filho, diretor da unidade de lípedes do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, os dados são preocupantes. “O HDL [colesterol bom] baixo indica fortemente que esses jovens estão obesos, essa é uma alteração típica do excesso de peso. Se eles persistirem com esse perfil, vão adiantar em uns dez anos o risco de problemas cardíacos na vida adulta.”
Com apenas 1% da população com a doença corretamente diagnosticada, a falta de tratamento pode decorrer, no futuro, em cerca de 50% dos homens sofrendo de algum evento cardiovascular, como um infarto, antes de completar 50 anos.
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Abraços,
Diogo
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